Musicais SP 22: Retomada mantém a fama de São Paulo como a “Broadway brasileira”
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Musicais encantam plateias há mais de um século e meio. Várias são as histórias que até hoje estão nas lembranças de muitas pessoas, nos espetáculos que mesclam música e dança.
Cenários de impacto e figurinos de luxo fazem dos musicais viagens que nos levam para um mundo de fantasia e puro deslumbramento, sem os problemas do nosso cotidiano.
“Cats”, “Hair”, “O Fantasma da Ópera”, “Os Miseráveis”, “Chicago”, “A Noviça Rebelde” e “O Mágico de Oz” são, talvez, os principais exemplos de sucesso que sempre atraíram multidões.
E esse sucesso não fica restrito apenas à Broadway, região central de Nova York, nos Estados Unidos que concentra 41 teatros exclusivamente voltados para esse tipo de apresentação.
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Essas mesmas peças rodam o mundo inteiro com produção, elenco e cenários idênticos aos vistos na “meca dos musicais” como muitos se referem a Broadway.
Há lugares em outros países que são conhecidos por receber esses mesmo musicais. Londres, por exemplo, tem na West End, setor boêmio da cidade, a sua versão local da Broadway.
Foi lá, no ano de 1981, que surgiu um dos musicais de maior repercussão e que logo atravessariam o atlântico: “Cats”, inspirado nos poemas do inglês T.S. Elliot (1888-1965).
No Brasil, a febre dos musicais ainda demoraria um pouco para chegar e daqui nunca mais sair. As apresentações vindas de fora iniciaram-se por volta dos anos 2000.
Artistas como Miguel Falabella e Cláudia Raia e autores como a dupla Cláudio Botelho e Charles Möeller deram significativa contribuição para que os musicais ficassem populares por aqui.
E foi em São Paulo o terreno fértil onde os veteranos puderam mostrar sua criatividade e versatilidade e uma legião de talentos brotaram, sendo presença constante em vários musicais.
O êxito por aqui foi tão grande que, de uns anos para cá, vários foram encenados homenageando personalidades importantes do país, com boa recepção de público e da crítica.
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Artistas, cantores, apresentadores e atletas tiveram produções que resgatavam e enalteciam suas trajetórias. Novelas e programas infantis chegaram a ser adaptados para o formato.
Vamos contar para você a razão de São Paulo ser chamada de a “Broadway brasileira”, mostrar onde acontece os principais espetáculos e contar os que atualmente estão em
cartaz.
Portanto, acomode-se na poltrona e se prepare para pegar o lenço porque é grande a chance de você se emocionar.
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Quando os musicais surgiram no Brasil?
Os primeiros espetáculos que os estudiosos consideram como musicais apareceram no Brasil na segunda metade do século XIX, em paralelo com os encenados nos EUA e Inglaterra.
No Rio de Janeiro, os teatros da Praça Tiradentes, importante polo de casas de espetáculos, apresentavam com frequência os chamados “teatros de revista”.
Com forte inspiração francesa, eles abordavam de forma simples e humorada os principais acontecimentos do ano anterior no então império, ganhando, assim, uma “revista”.
Por terem linguagem simples, faziam grande sucesso entre a massa. A crítica, por sua vez, considerava as revistas vulgares e de linguagem chula, de nível inferior as requintadas óperas.
As revistas só voltaram a ganhar força no Brasil entre os anos 1930 e 1950, inspirados, em parte, pelos primeiros filmes falados de Hollywood que começavam a ser exibidos aqui.
Outro período áureo dos musicais no Brasil ocorreu na década de 1960. Foi quando os primeiros espetáculos da Broadway chegaram por aqui, transformados para a nossa realidade.
“My Fair Lady”, escrito e produzido pelo americano Alan Jay Lerner (1918-1986) foi o primeiro da Broadway a ser adaptado. No elenco, atores do quilate de Paulo Autran e Bibi Ferreira.
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A crítica da época fazia elogios frequentes à peça devido ao carisma dos atores e curiosa capacidade da troca de roupa da dupla em menos de trinta segundos.
Com estreia no Rio de Janeiro, em 1962, o musical também esteve em cartaz em São Paulo e em Buenos Aires, na Argentina.
A produção desse musical integrou 150 pessoas, incluindo a parte técnica e artística. O corpo de balé e o de canto tiveram dezoito pessoas envolvida em cada um.
Os musicais tiveram um recrudescimento entre os anos 1960 e 1970. O fator principal era o governo militar, advindo após a derrubada em 1964 do então presidente João Goulart.
Para criticar a censura e a repressão do regime, os artistas usaram de forma subjetiva musicais como “Roda Viva” (1968), de Chico Buarque, e o americano “Hair” (1969).
Não bastasse o tolhimento por parte do governo, havia outros problemas nessa mesma época: o Brasil não possuía teatros e nem gente especializada o suficiente para produzir mais musicais.
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Falta de patrocínios e de leis de incentivo recrudescem o cenário dos musicais no país ao longo dos anos 1980.
E foram as leis criadas na década posterior, em parte, que ajudaram os musicais a retornarem seu protagonismo que se mantém desde então.
O primeiro a abrir essa sequência de vinte anos foi “O Beijo da Mulher Aranha”, que ficou em cartaz de novembro de 2000 a setembro de 2001, no antigo Teatro Jardel Filho, na Bela Vista.
A adaptação de “Os Miseráveis”, feita por Cláudio Botelho, encenada entre abril de 2001 e março de 2002, é considerada por muitos como “divisor de águas”.
Com investimentos da ordem de R$ 3,5 milhões, atraiu mais de 350 mil espectadores em quase um ano, quando encenada no antigo Teatro Abril (atual Teatro Renault), em São Paulo.
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Em menos de dez anos, mais de 2,3 milhões de pessoas, só em São Paulo, tinham assistido a um musical entre os anos de 2000 e 2007.
O segredo para São Paulo ter se tornado a “Broadway brasileira”, segundo um renomado produtor do gênero, é a facilidade em encontrar bons teatros e mão-de-obra especializada.
Também foi no antigo Teatro Abril, na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, que aconteceu o musical mais visto no país em toda a história.
Iniciado em abril de 2005, “O Fantasma da Ópera” teve público superior a 900 mil pessoas. O sucesso foi tanto, que ele ficou em cartaz no mesmo teatro até 2007, após duas prorrogações.
Foi a partir da década passada que começaram a entrar em cartaz vários musicais inspirados em figuras de destaque do “show business” brasileiro.
Iniciado em 2011, “Tim Maia – O Musical” foi o primeiro dessa série. Sempre com grande público, teve como marca registrada a interpretação do ator Tiago Abravanel na pele do cantor carioca.
Desde então, os teatros de São Paulo sempre apostam nos musicais, nacionais ou estrangeiros, pois a chance de casa cheia é sempre alta.
Após dois anos de pausa motivados pela pandemia de Covid-19, os musicais nos últimos meses estão voltando à carga com opções tão iguais ou maiores de antes da paralisação.
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Que teatros de São Paulo costumam receber os principais musicais?
- Teatro Renault (antigo Teatro Paramount)
É um dos mais antigos da cidade ainda em funcionamento. Foi aberto em 1929 pela companhia Paramount e foi o pioneiro na cidade a exibir filmes falados.
Em seu palco aconteceram momentos histórica cultura brasileira. O maior exemplo foi o Festival da Música Popular Brasileira promovido pela TV Record nos anos 1960.
Antes, porém, entrou para a história por receber o primeiro musical adaptado da Broadway, “My Fair Lady”, no ano de 1962.
Depois de anos abandonado, passou por ampla reforma em uma parceria da Editora Abril com a Corporación Interamericana de Entretenimiento, a CIE, mudando de nome para Teatro Abril no ano de 2001.
Em 2012, a Time For Fun, empresa sucessora da CIE, desfez a parceria com a Abril e criou outra com a montadora francesa Renault. Desde novembro daquele ano, o teatro leva seu nome.
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O teatro sempre foi palco dos grandes musicais da Broadway desde sua reinauguração, começando com “Os Miseráveis”, em 2001.
O maior sucesso ainda é “O Fantasma da Ópera”, que levou quase um milhão de pessoas nos dois anos em que esteve em cartaz. Continua sendo o musical mais visto na história do Brasil.
- Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 411, Bela Vista. Telefone: 4003-5588. 1570 lugares.
- Principais musicais exibidos: “Os Miseráveis” (2001-2002), “A Bela e a Fera” (2002-2003), “Chicago” (2004), “O Fantasma da Ópera” (2005-2007), “Miss Saigon” (2007-2008), “O Rei Leão” (2013-2014).
- Teatro Bradesco
É considerado o maior teatro dentro de um shopping no Brasil. Sua inauguração aconteceu em outubro de 2009 com um show da cantora Marisa Monte como uma das principais atrações.
Foram mais de 500 espetáculos em mais de uma década, de apresentações musicais e teatrais e shows de comédia stand-up, nos seus mais de 7 mil m² dentro do Bourbon Shopping.
O primeiro musical apresentado no Teatro Bradesco foi “Hairspray”, entre fevereiro e junho de 2010. Coube a Edson Celulari fazer o papel principal.
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Onde fica o Teatro Bradesco?
Rua Palestra Itália, 500, Lj. 263, 3º piso, Perdizes. Site: teatrobradesco.com.br. Instagram: @teatrobradesco. 1439 lugares.
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Quais os principais musicas exibidos no Teatro Bradesco?
Principais musicais exibidos: “Priscila, a Rainha do Deserto” (2012), “Shrek” (2013), “A Gaiola das Loucas” (2010-2011).
- Teatro Santander
O teatro fica ao lado do JK Iguatemi, um dos shoppings mais luxuosos de São Paulo e existe desde 2016, com a apresentação do musical “We Will Rock You”, sobre a banda de rock Queen.
A fachada foi projetada por Edo Rocha, responsável pela arquitetura do estádio Allianz Parque e tem luzes de LED e pequenas placas de vidro feitas na República Tcheca
Sua estrutura é uma das mais modernas e avançadas entre os teatros da cidade, com acústica de primeira qualidade e plateia que permite boa visão do palco.
Onde fica o Teatro Santander?
Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 2.041, Itaim Bibi. Telefone: 4810-6866. Site: teatrosantander.com.br. Instagram: @teatrosantander. 2085 lugares.
Quais os principais musicas do Teatro Santander?
Principais musicais exibidos: “We Will Rock You” (2016), “My Fair Lady” (2017), “Alegria” (2017), “A Pequena Sereia” (2022).
- Teatro Alfa
O premiado teatro abriu suas portas em 1998. De lá para cá, recebe espetáculos de todas as vertentes, sendo elogiado por vários do meio artístico pela competência de seus profissionais.
Recebeu seus primeiros musicais entre 2008 e 2009, entre eles a primeira adaptação de “West Side Story” no Brasil.
Onde fica o Teatro Alpha?
R. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro. Telefone: 5693-4000. Site: teatroalfa.com.br. Instagram: @teatroalfa. 1422 lugares.
Quais os principais musicais do Teatro Alpha?
Principais musicais exibidos: “West Side Story” (2008), “Noviça Rebelde” (2009), “Elis, A Musical” (2014), “Chacrinha, O Musical” (2015).
Que musicais estão atualmente em cartaz em São Paulo?
- “Chicago – O Musical”
Sucesso da Broadway, a nova releitura faz uma sátira com a Chicago dos anos 1920. Está em cartaz desde janeiro.
No elenco, Emanuelle Araújo, Carol Costa e Paulo Szot. Direção, produção e tradução de Tânia Nardini
Teatro Santander. Quintas e sextas, às 21h; sábados, às 17h e 21h; domingos às 15h e 19h. Em cartaz até 29/05. Ingressos em sympla.com.br. Classificação 12 anos.
- “A Família Addams”
Depois de uma década, a peça está de volta ao circuito. Apesar de contar com os mesmos atores, cenário, figurinos e textos passaram por adaptações. Está em cartaz desde março.
No elenco, Marisa Orth, Daniel Boaventura e Kiara Sasso. Direção de Federico Bellone.
Teatro Renault. Quintas e sextas, às 21h; sábados, às 16h e 21h; domingos às 16h e as 20h. Em cartaz até 30/06. Ingressos em ticketsforfun.com.br. Classificação 12 anos.
- “Nautopia”
Tem como inspiração o livro “A Utopia”, do inglês Thomas More (1478-1535). Conta a história de Tomás, jovem que sai de Santa Catarina até Paraty (RJ) logo após a morte da irmã.
São abordados aspectos como o processo de luto e as incertezas da vida.
No elenco, Beto Sargentelli Jonathas Joba e Eline Porto. Direção de Daniel Salve.
Teatro B32 (Av. Brig. Faria Lima, 3.732). Sextas, às 20h; sábados, às 19h; domingos às 18h. Em cartaz até 29/05. Ingressos em teatrob32.byinti.com. Classificação 12 anos.
- “Tatuagem”
O musical é inspirado no filme de mesmo nome de 2013, dirigido por Hilton Lacerda. A história mostra a relação íntima entre um líder de trupe teatral com um militar.
No elenco, André Torquato, Bia Sabiá e Cleomácio Inácio. Direção de Kléber Montanheiro.
Espaço Companhia da Revista (Al. Nothmann, 1.135). Quintas, sextas e sábados às 21h; domingos às 19h. Em cartaz até 05/06. Ingressos em sympla.com.br. Classificação 16 anos.
- “13 – O Musical”
Evan Goldman, judeu, acaba de entrar na adolescência. Com o divórcio dos pais, muda-se com o pai de Nova York para uma pequena cidade do interior americano.
É em ambiente tão diferente que ele descobrirá as maravilhas e desafios de ser adolescente. Voltado para o público “teen”, foi o musical de estreia de Ariana Grande na carreira artística.
No elenco, Igor Jansen, Gabi Ayumi, Enzo Krieger e Sienna Belle. Direção de Fernanda Chamma.
Teatro Liberdade (Rua São Joaquim, 129). Sábados, às 15h e 19h; domingos às 17h. Em cartaz até 29/05. Ingressos em sympla.com.br. Classificação Livre.
- “Donna Summer Musical”
Musical da Broadway que marcou a retomada das apresentações presenciais, trata da vida e carreira da americana Donna Summer (1948-2012), rainha da era disco e vencedora do Oscar com o clássico “Last Dance”.
Três atrizes retratam as fases da cantora. O elenco é o mesmo nessa segunda apresentação que começou em 8 de abril no Auditório Ibirapuera.
No elenco, Karin Hils, Jeniffer Nascimento e Amanda Souza. Direção de Miguel Falabella.
Auditório Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 3). Sextas, às 16h e 21h; sábado, às 17h e 20h; domingos às 16h e as 19h. Em cartaz até 19/06. Ingressos em sympla.com.br. Classificação 12 anos.
Aplaudam, amigos! O nosso espetáculo terminou. Se tiver dicas de futuros musicais ou percebeu alguma informação equivocada, envie um e-mail para julia@superparking.app que nós nos esforçaremos para melhorar para as próximas apresentações.